Uma grande celebração marca o dia 4 de fevereiro de 2024 no Jaraguá

Bênção do mosaico da Imagem da Mãe Rainha , despedida do Pe Pedro Cabello, retiro anual dos Padres de Schoenstatt do Brasil

O 5º Domingo do Tempo Comum, 4 de fevereiro de 2024,  no Santuário Sião do Jaraguá foi repleto de emoções para a família de Schoenstatt.

 

A celebração foi presidida pelo Pe. Pedro Cabello e concelebrada pelos Pe. Gustavo Hanna Crespo reitor do santuário, Pe Ignacio Camacho reitor do Santuário Original, Pe. Afonso Wosny, Pe. Ailton Brito, Pe. Rafael Flausino, Pe. Filipe Araújo, Pe. Vitor Possetti, Pe. Clodoaldo Kamimura, Pe. Argemiro Ferracioli, Pe. Gabriel Oberle, Pe. Rafael Mota, Pe. Vandemir Meister, Pe. Carlos Shimura, Pe. Antonio Bracht e pelo Diácono Maike Andrade que se encontram reunidos no Jaraguá, para o Encontro Anual dos Padres de Schoenstatt do Brasil.

O início da celebração foi marcado pela apresentação do novo quadro da Mãe e Rainha, feito em mosaico pelo Pe. Gabriel Oberle, que conduziu a oração e bênção junto com a comunidade. Este quadro faz parte do projeto do Santuário de deixar a Tenda da Unidade cada vez mais acolhedora para a família de Schoenstatt e peregrinos.

Apresentação do Mosaico da Mãe Rainha

A pedido do Pe. Pedro, a homilia foi proferida pelo Pe. Gustavo Hanna Crespo que iniciou fazendo uma breve reflexão sobre a liturgia do dia, falando sobre a primeira leitura do Livro de Jó “Jó fala da vida, como uma vida dura para se viver e que é pesado viver a vida, que é angustiante esperar o entardecer. E, que se a gente for pensar na nossa vida, a gente só diria que a vida é dura quando a gente não tem propósito nenhum de viver, ela só é agoniante quando a gente não sabe para onde vai caminhar, ela é desesperante quando a gente não tem um propósito de vida. E quando a gente caminha para o Senhor é a esperança que nós temos, que nós temos um propósito de vida, uma missão que o Senhor dá para cada um de nós, para levar a Sua palavra, da forma que Ele confia para cada um de nós. Se a gente tem propósito, se a gente tem destino, as dificuldades a gente supera, ou a gente faz dessas dificuldades uma força para poder cumprir com o nosso propósito. Jó trata disso, trata de dizer que a vida com o Senhor tem esperança. Viver também na dificuldade com o Senhor é o que me dá força. Esta primeira parte dessa reflexão é: não percamos o nosso propósito de vida. Não deixemos de lado ou empoeirado a missão que Deus deu para cada um de nós, mas levemos essa missão para cada um daqueles que se confia e que nos confia também e nos diversos momentos e lugares da vida. E Paulo, ele é muito esperto, porque ele vai falar assim ‘com os fracos, me fiz fraco; com os ricos, me fiz rico; com os gregos, grego; com os pagãos e por aí vai..., com os judeus, judeu’; porque era pela simpatia que ele tinha a primeira porta de entrada. É pela forma de se aproximar, de querer encontrar elementos em comuns, que nós podemos chegar ao coração do outro. Ninguém chega ao coração do outro na transmissão da palavra, se é pela guerra, ou se é para impor algo, mas chega primeiro pelas semelhanças que nós temos e depois a gente se alegra pelas diferenças, mas nós somos chamados meus irmãos e irmãs a estar neste mundo e caminhar neste mundo, não esperar o mundo perfeito ou uma vida perfeita, mas se fazer grego, com os gregos; se fazer um pouco louco, com os loucos; alegre, com aqueles que estão alegres; porque nós nos simpatizamos com o irmão que está do nosso lado, nós vemos a grandeza e o tesouro que é o irmão que está do nosso lado, se a gente vive disso, a gente com o nosso propósito e com a certeza que nós fomos chamados para uma vida para testemunhar ao Senhor onde for que Ele nos coloque, com certeza a vida será uma vida plena. Se a gente for para o Evangelho do dia de hoje, na cura da sogra de Pedro, a gente pode perceber que a sogra de Pedro ela é curada e depois logo em seguida ela é colocada a servir, ao serviço dos demais. E as vezes, meus irmãos e irmãs, as enfermidades e doenças que nós temos em nossa vida é a falta desse propósito. Nós somos doentes por não saber onde estamos indo. E olhar para o Senhor e buscar esta força no Senhor, nos cura, nos salva e nos liberta e nos faz novamente colocar nossa vida a serviço.

 

No início desta nossa missa nós fizemos a bênção do quadro da Mãe de Deus, imaginem vocês de um exemplo muito concreto, se o Pe. Gabriel não colocasse a esse serviço ao Santuário, hoje nós não teríamos uma obra como essa. Ou se, a Nazaré que fez as flores hoje, não colocasse o seu talento a serviço da comunidade, não teríamos as flores como essa, ou o canto, ou nós que cantamos o salmo, se nós não emprestamos a nossa voz ao senhor, tudo fica mais feio, tudo fica sem sentido. Colocar-se a serviço desde aquilo que o Senhor nos chamou, faz com que a Comunidade cresce, faz com que a nossa vida seja plena e faz com que cada vez mais nos aproximemos do Senhor.

 

Agradecimento pelos 35 anos do Pe Pedro Cabello no Brasil

 

Hoje, o Pe. Pedro depois de 35 anos, ele falou assim, que não seja tempo de despedida, mas o Evangelho nos pede para fazer isso Pe. Pedro, que o finzinho do Evangelho fala assim ‘vamos a outros lugares, as aldeias da redondeza, devo pregar também ali, pois para isso é que eu vim’. O Pe. Pedro fala português antes que eu nascesse, ele está nesta terra, antes que muitos de nós né, no Brasil. E o Pe. Pedro, esse dia é um tempo, Pe. Pedro de agradecer esta disponibilidade de se colocar a serviço aonde quer que o Senhor te mandou. E que este tempo novo no Chile, é este devo voltar para a minha terra porque ali também eu devo pregar o Evangelho, devo voltar para a minha terra porque desde aquilo que você aprendeu e compartilhou e ensinou na terra do Brasil, agora é tempo de partilhar do outro lado da Cordilheira. A fé deste povo, a forma de devoção deste povo e nós te agradecemos por este espírito padre, missionário de dizer que a vida tem um propósito que seja no lugar que for a gente é chamado a cumprir este propósito.

 

A gente sabe que não é fácil as despedidas né? A gente sabe que não é fácil dar o passo de dizer ‘tenho que ir para outros lados’, assim como Jesus o fez. E sempre que a gente é chamado a dar estes passos de mudanças em nossas vidas, nós temos que voltar, olhar para o Evangelho e ver que Jesus se afastou um tempo para rezar, se afastou um tempo para estar novamente com Deus, para novamente tomar um passo e uma decisão de vida. E a gente sabe que o Pe. Pedro também fez isso nesse tempo, dele tomar um tempo para refletir e muito tempo para refletir, para dizer ‘será que eu vou ter que cruzar a cordilheira de novo? Voltar depois de 35 anos, pregar o Evangelho e a Schoenstatt em Espanhol?’ e assim ele fez, ele meditou e por isso hoje ele é enviado desde este lugar com a gratidão que nós temos. Para dizer que, nesses 35 anos de vida, e que bonito a gente poder testemunhar isso, provavelmente o Pe. Pedro não deve ter dito ‘que se acabe logo isso, que eu volte logo para minha terra’, mas foi viver intensamente em cada lugar, viver intensamente com a juventude com a qual ele esteve aqui no Jaraguá, em Olinda no Recife, onde foi que ele passou, de viver intensamente. De se enraizar na cultura do nosso povo, da nossa igreja, de caminhar junto conosco. E nessa vida em que ele se fez brasileiro, com os brasileiros, se fez olindense com os olindenses, se fez cidadão de Olinda que ele tem tanto orgulho de deixar o seu diploma lá em cima, na porta dele de casa. Mas, é dizer assim, nós nos alegramos porque muitos dão o exemplo de dizer como Jesus, nós vamos para lugares onde Ele nos manda, ainda que nos custe, mas a vida com propósito vale a pena.

 

Peçamos ao Senhor neste dia que também nos dê a força de testemunhar de testemunhar o Evangelho, de testemunhar aquilo que nós recebemos deste Santuário de graças, em lugares em que a gente nunca imaginou que poderíamos pregar, mas que nós possamos ter a força e dizer que lá também necessita nascer Jesus, lá também necessita com que o Evangelho se faça presente e seja o peso da balança para todas essas pessoas. Glória, ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo...”

 

Homenagem surpresa para o Pe Pedro da Família do Jaraguá

Como uma singela retribuição, ao final da celebração, a família homenageou o Pe. Pedro de algumas formas: primeiro foi entregue pelo Sr. Ronaldo do Instituto de Famílias, representando o primeiro grupo da Juventude Masculina que o Pe. Pedro trabalhou aqui no Brasil e o João, membro dos Pioneiros atualmente, um álbum de fotografias com diversos momentos do Pe. Pedro com a família de Schoenstatt nestes 35 anos no Brasil. E a segunda homenagem foi o Gabriel Roma, a quem o Pe. Pedro conhecia desde muito pequeno, interpretando a canção “Amigos para Sempre”, deixando-o bastante emocionado.

 

Ao final, o Pe. Pedro agradeceu, e disse que as homenagens lhe pegaram de surpresa, pois ele não sabia que teríamos essa missa com ‘cheiro a despedida’. “Só uma coisa... é muito bom, eu acredito no Deus da vida, de todos os dias, esse Deus que vai fazendo brincadeiras contigo, que se manifesta na sua vida, acredito no Deus da palavra evidentemente, no Deus do Sacramento, mas nesse último tempo, eu tenho cultivado muito isso, nesse Deus que brinca contigo. E hoje, a primeira leitura, aliás o Evangelho, diz uma frase muito bonita que eu guardo como mensagem para mim. Disse que Jesus hoje foi para a casa de Pedro (e agora começa), foi para a casa de Pedro com todos os discípulos e é um símbolo muito bonito, pelo menos para mim, que Pedro significa o primeiro Pedro, o primeiro Padre e que a gente gostaria de pedir que (Jesus) venha sempre, que visite a nossa casa e hoje Ele confirmou. Mas se você pôde escutar atentamente o que Paulo diz na segunda leitura, eu aplico para mim, ..., mais exato, mais delicado da parte de Deus não poderia ser. (...) O que dizer no final quando a gente emprega outro caminho, outro caminho, outra missão, outros lugares, tudo é outro. O principal é, todo produto, quando a gente compra um produto, vem com um prazo de validade e quando o produto é muito bom, muito fino, a gente tem que cuidar muito do prazo de validade e eu sinto que o prazo de validade chegou. (...) É quando nós nos reunimos com os padres agora, no início da semana, cada um podia falar em que ‘eu estou neste momento, o que que se passa pelo meu coração, projetos’, assim bem curtinho, cada um podia falar alguma coisa. E aí neste momento eu tive uma pequena inspiração, a inspiração veio do artista, e eu disse ‘se alguém quer saber como está meu coração, entre no meu quarto, e vai ver que está com duas malas que estão sendo preenchidas, colocando tudo aquilo que faz parte do que eu gostaria de levar, mas falei para eles de forma figurada que a uma mala, um baú, que eu fechei há muito tempo. E, neste baú, nesta mala, estão todas as minhas lembranças, (...), as pessoas que eu gostaria de levar no meu coração e não vou esquecer com certeza. Só as minhas lembranças, as coisas lindas que eu conquistei, a cidadania Olindense, que eu levo um documento grande, tudo isso, eu falei está nesse baú, está nessa mala, está bem fechado, para que ninguém coloque nada e ninguém tire nada dele.  (...) O Pe. Afonso fez uma viagem, passou por aqui há um mês e pouco, passou pela minha casa e eu já estava preparando malas e o Afonso me disse ‘Pe. Pedro, vejo que você está normal, não está triste, não está raivoso, não está com rancor, não está com nada, a mesma pessoa de sempre’ e aí não sei o que eu falei para ele, mas Pe. Afonso é por isso, porque essa mala está fechada e também bem acomodada no coração. Eu fui assessor, um pouquinho assessor do Pe. Afonso, quando trabalhei em Londrina, bem no final. (...) Saiba que estamos aqui neste lugar santo, se nos reunimos aqui é porque no Santuário não tem lugar, mas estamos à sombra do Santuário e esse Santuário da Mãe e Rainha, o primeiro Santuário aqui de São Paulo, é o Santuário nosso dos Padres, é o Santuário que me acolheu no início e eu me sinto muito muito filho deste Santuário, desta Mãe, deste Santuário e muito grato e haveria muita coisa para dizer e quando a gente fica mais velho, fica mais sensível, mas eu vou embora com o coração muito muito agradecido e durante a missa estive passando o rosto de cada um dos que estão aqui e a maioria, a maioria, eu conheço, porque tivemos algum tipo de contato. Então, a vida é assim, o Pe. Rafael também está partindo para o Nordeste então é a minha despedida e um pouquinho a despedida dele, a gente sente a solidariedade no coração e é isso! Muito, muito grato e continuaremos, como disse o Pe. Gustavo, lutando, trabalhando e entregando o coração aonde quer Deus quer que estejamos, mas saibam que se eu tivesse que escolher de novo, se Deus me perguntasse, como perguntou no iniciou, ‘Você gostaria de ser Padre?’, eu voltaria a afirmar e sublinhar e diria sim! Valeu a pena, é a maior alegria da minha vida, ter experimentado como Padre, como ungido do Senhor. Amém”.

 

Pe Vandemir, superior dos Padres de Schoenstatt do Brasil fala sobre a construção de Schoenstatt no Brasil com ajuda do Pe Pedro

 

O Padre Vandemir fez um último agradecimento em nome de todos, ressaltando que para muitos dos Padres, o Padre Pedro é uma coluna, uma referência de construção da Igreja, de construção da Família de Schoenstatt no Brasil. Agradeceu por seu trabalho a frente do Movimento, por todos os lugares que passou. Ressaltou que o Padre Pedro acolheu à muitos em sua casa, de norte a sul, leste a oeste do Brasil, há muitas pessoas, muitos discípulos, inclusive aqui no Jaraguá, que foram acolhidos pelo Padre Pedro e ensinados a se encontrar no caminho da fé, se encontrar com outro e se encontrar com Deus. Como forma de agradecimento, todos os presentes o saudaram com uma grande salva de palmas.

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Texto: Audrey Marcutis

Fotos: Marcos R Bastos

Vídeo: Carlos Pussoli

 

 

 

 

Amex Assessoria
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