Hoje, no santuário, recebemos os símbolos que nos acompanharão durante a peregrinação do Ano da Esperança. É bonito perceber que o Papa Francisco iniciou este jubileu no Natal, e não na festa de Cristo Rei. Em São Paulo, a primeira celebração aconteceu na Catedral da Sé, juntamente com outros locais que receberam os símbolos, no dia da Sagrada Família. E hoje, no dia de Santa Maria, Mãe de Deus, o nosso Santuário Mariano, da Mãe Rainha, dá início ao Ano da Esperança. É no dia dela, a Mãe de Deus, que começamos nossa peregrinação de esperança neste novo ano.
Em Maria, encontramos uma grande fonte de esperança. Ela, como mãe, vivia essa esperança e, ao olharmos para ela, percebemos a nossa própria esperança. Quem tem filhos sabe bem o que é olhar para um filho e, com amor, ter a esperança de que ele será feliz, realizado, talvez até um médico ou engenheiro. Nenhuma mãe deseja o mal para seu filho; pelo contrário, sempre carrega em seu coração a esperança de um futuro bom para ele. Assim também foi com Maria. Desde o momento do seu “sim” ao anjo, ela viveu sua vida com um olhar cheio de esperança em relação a Jesus. Mesmo quando não compreendia completamente os mistérios que se desenrolavam ao seu redor, ela guardava tudo em seu coração, acreditando que seu Filho seria a salvação do mundo. Maria é o modelo do olhar de esperança.
Ao longo de sua vida, ela seguiu Jesus com o coração cheio de esperança. Mesmo no momento de Sua morte na cruz, Maria, ao se tornar nossa mãe, trouxe a esperança para cada um de nós. A partir daquele momento, ela passou a ser para todos nós a mulher de esperança, a mãe que deseja que sejamos felizes e sempre permaneçamos unidos a seu Filho, Jesus. Maria nos transmite uma grande esperança: a esperança da vida plena em Cristo.
Isso acontecia porque, durante toda a sua vida, Maria repetia o mesmo “sim” que deu ao anjo Gabriel. Em cada momento, ela renovava sua entrega a Deus, em cada novo desafio, em cada novo acontecimento. Sua esperança se renovava a cada “sim” dado com o coração aberto. A esperança verdadeira está no encontro com Deus, na entrega diária, no compromisso com o amor divino.
Ao longo de minha própria vida, Maria sempre esteve presente. Se pararmos para refletir, veremos que isso acontece com todos nós de diferentes maneiras. Maria se faz presente em nossa vida como a mãe da esperança. Na história da humanidade, de uma forma ou de outra, ela tem estado sempre conosco, nos guiando e nos sustentando. No meu caso, Maria me acompanhou de uma maneira muito especial. Nasci no dia 12 de dezembro, dia da peregrinação de Guadalupe. Quando fui marcar a data da minha ordenação, não deu certo, e a única data disponível foi o dia 1º de janeiro, dia de Santa Maria, Mãe de Deus. Foi como se Maria me dissesse: "Esse é o seu dia!" A própria presença de Nossa Senhora de Guadalupe, lembrada pelo Papa Francisco, reforça a esperança que ela nos traz. Ela disse a São Juan Diego: “Por acaso, não estou aqui, que sou tua mãe?” Nos momentos de dificuldades, como o tio do santo que estava doente, ou nas alegrias, Maria nos lembra: "Não estou aqui? Não sou sua mãe?" Ela está sempre ao nosso lado, nos guiando com sua aliança de amor, que se renova todos os dias por meio da nossa consagração, da oração, especialmente da Ave Maria.
Nossa luta é a luta da esperança, e Maria é o nosso exemplo vivo disso. Ela viveu a esperança com Jesus, compreendendo e guardando tudo no coração, e disse seu "sim" até a cruz. Ela é o modelo para todos nós, mostrando-nos como reconhecer a esperança em cada momento da vida. Neste Ano da Esperança, que possamos reconhecer que Maria faz parte da nossa vida e que ela nos chama constantemente para perto de seu Filho. Mesmo quando há desafios ou mudanças a serem feitas, Maria continua ao nosso lado, nos sustentando.
Que este Santuário seja, neste ano, um lugar onde todos possam encontrar e renovar a esperança. E que, olhando para Maria, possamos encontrar a Grande Esperança que é Seu Filho, Jesus, o nosso Salvador.
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Texto retirado da homilia do dia por Sueli Vilarinho
Vídeo: Marcos Bastos